Notícias da Mocidade
Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei – Allan Kardec
Edição de agosto de 2023
Um desafio chamado família
Marcelino Pereira da Cunha
Um Lar
Por Vera Lúcia
Que mundo doido a gente vive
Ninguém tem tempo pra ninguém
Esquecem que o mais importante
É o tempo que a gente tem.
Tenha tempo pra sua família
E não pense só o mundo ganhar.
O que vale ter o mundo
Se não pode ter um lar?
O dinheiro compra uma casa
Mas um lar ele não compra não.
O dinheiro compra os amigos,
Mas amizade ele não compra não.
Pode até comprar a companhia
Mas não pode comprar o amor.
Tenha tempo pra sua família...
A riqueza de maior valor.
Se isola na internet
Com amigos virtuais
E não vê que em sua casa
É que estão os amigos reais.
Tenha tempo pra sua família ...
E passeie com filho, Pegue firme em sua mão. Olhe dentro dos seus olhos,
Converse com o coração.
* * *
Histórias que a vida conta
Marcelino Pereira da Cunha
O Guardião
Autoria desconhecida
Certo dia num mosteiro, com a morte do guardião, foi preciso encontrar um substituto.
O Mestre convocou, então, todos os discípulos para determinar quem seria a nova sentinela.
O Mestre, com muita tranquilidade, falou:
– Assumirá o posto o primeiro que resolver o problema que vou apresentar.
Então, ele colocou uma mesinha magnífica no centro da enorme sala em que estavam reunidos e, em cima dela, pôs um vaso de porcelana muito raro com uma rosa amarela de extraordinária beleza a enfeitá-lo e disse apenas:
– Aqui está o problema!
Todos ficaram olhando a cena: o vaso belíssimo, de valor inestimável, com a maravilhosa flor ao centro.
O que representaria?! O que fazer?! Qual o enigma?!
Nesse instante, um dos discípulos sacou a espada, olhou o Mestre, os companheiros, dirigiu-se ao centro da sala e ... ZAPT ... destruiu tudo com um só golpe.
Tão logo o discípulo retornou a seu lugar, o Mestre disse:
– Você será o novo Guardião do Castelo.
Não importa qual o problema.
Nem que seja algo lindíssimo.
Se for um problema, precisa ser eliminado.
Um problema é um problema.
Mesmo que se trate de uma mulher sensacional, um homem maravilhoso ou um grande amor que se acabou.
Por mais lindo que seja ou, tenha sido, se não existir mais sentido para ele em sua vida, tem que ser suprimido.
Muitas pessoas carregam a vida inteira o peso de coisas que foram importantes no passado, mas que hoje somente ocupam um espaço inútil em seus corações e mentes.
Espaço esse indispensável para recriar a vida.
Existe um provérbio que diz:
"Para você beber vinho numa taça cheia de chá é necessário primeiro jogar o chá fora para, então, beber o vinho".
Limpe a sua vida, comece pelas gavetas, armários, até chegar às pessoas do passado que não fazem mais sentido estar ocupando espaço em seu coração.
O passado serve como lição, como experiência, como referência.
Serve para ser relembrado e não revivido.
Use as experiências do passado no presente, para construir o seu futuro.
* * *
Pingos de Luz
Sulamita de Almeida
E a família, vai bem?
Nunca, em todos os tempos, nos deparamos com a desvalorização da família como na atualidade.
Distanciado do importante papel do pai, da mãe e do filho, a família está doente.
A família é a base de formação da sociedade e quando esta se apresenta doente, consequentemente desequilibra toda a sociedade.
As questões 774 e 775 de “O Livro dos Espíritos” nos esclarecem quanto à concepção divina da família e a potencialização do egoísmo quando desprezamos esse modelo de convivência.
774. Há pessoas que, do fato de os animais ao cabo de certo tempo abandonarem suas crias, deduzem não serem os laços de família, entre os homens, mais do que resultado dos costumes sociais e não efeito de uma lei da Natureza. Que devemos pensar a esse respeito?
R - “Diverso do dos animais é o destino do homem”. Por que, então, quererem identificá-lo com estes? Há no homem alguma coisa mais, além das necessidades físicas: há a necessidade de progredir. Os laços sociais são necessários ao progresso e os de família mais apertados tornam os primeiros. Eis por que os segundos constituem uma lei da Natureza. Quis Deus que, por essa forma, os homens aprendessem a amar-se como irmãos.”
775. Qual seria para a sociedade o resultado do relaxamento dos laços de família?
R - “Uma recrudescência do egoísmo”.
Transcrevemos, a seguir, reflexões primorosas sobre a família.
Luz no Lar
Se a tempestade nos devasta as plantações, não nos esqueçamos do Espaço Divino do Lar, onde o canteiro de nossa boa vontade, na vinha do Senhor, deve e pode florir para a frutificação, a benefício de todos.
Organizemos o nosso agrupamento doméstico do Evangelho.
O lar é o coração do organismo social.
Em casa, começa nossa missão no mundo.
Entre as paredes do templo familiar, preparamo-nos para a vida com todos.
Seremos, lá fora, no grande campo da experiência pública, o prosseguimento daquilo que já somos na intimidade de nós mesmos.
Fujamos à frustração espiritual e busquemos no relicário doméstico o sublime cultivo dos nossos ideais com Jesus.
O Evangelho foi iniciado na Manjedoura e demorou-se na casa humilde e operosa de Nazaré, antes de espraiar-se pelo mundo.
Não há serviço da fé viva, sem aquiescência e concurso do coração.
Se possível, continuemos trabalhando sob a tormenta, removendo os espinheiros da discórdia ou transformando as pedras do mal em flores de compreensão, suportando, com heroísmo, o clima do sacrifício, mas, se a ventania nos compele a pausa de repouso, não admitamos o bolor do desânimo nos serviços iniciados.
Sustentemos em casa a chama de nossa esperança, estudando a Revelação Divina, praticando a fraternidade e crescendo em amor e sabedoria, porque, segundo a promessa do Evangelho Redentor, “onde estiverem dois ou três corações reunidos em Seu Nome”, aí estará Jesus, amparando-nos para a ascensão à Luz Celestial, hoje, amanhã e sempre.
Irmã Scheilla/F.C. Xavier – livro: Luz no Lar – cap. 9
* * *
Reflexões
Prevenções
Não permitas que a prevenção negativa te obscureça o pensamento.
A imaginação intoxicada por ideias infelizes é capaz de gerar enfermidades que, por vezes, raiam na loucura ou na delinquência.
Habitua-te a refletir com elevação nas razões alheias, tanto quanto agradeces, aos que te rodeiam, a compreensão com que acolhem as tuas, nessa ou naquela circunstância, a fim de que a paz permaneça contigo.
Não mentalizes o mal, quando determinadas atitudes dos outros se te afigurem diferentes.
-
O amigo que se te afastou da convivência terá problemas graves que ainda não conheces;
-
a irmã que, de momento, não te considerou a palavra, decerto estaria fixando a atenção em assuntos outros que lhe prenderam os ouvidos em provisória surdez;
-
o chefe ou o subalterno que te receberam em serviço com o sobrecenho carregado serão talvez portadores de crises orgânicas ainda imanifestas;
-
e o colega que te tratou com aspereza provavelmente se mostra aturdido por desastres ou provações em família que lhe inibem, por agora, o prazer da cordialidade.
Resguarda a tranquilidade própria, a fim de que não a percas.
Vigilância é higiene do espírito.
Prevenção negativa, no entanto, é censura antecipada.
Não adquiras pensamentos destrutivos na feira da desconfiança.
Imuniza-te contra o desequilíbrio, mas não te armes contra ninguém.
Conserva o coração no clima da paz e da alegria e reconhecerás que é possível viver tranquilamente, desde que deixemos aos outros a iniciativa de assumirem as próprias experiências e igualmente viver.
Emmanuel/F.C. Xavier – livro: Urgênci
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Relendo o livro “LIBERTAÇÃO”
Regina Célia Lanne
CAPÍTULO XVII – Assistência fraternal
O lar de Margarida se revestia das doces claridades da paz. A casa transformou-se.
Saldanha e Leôncio, conhecedores das maldades dos ex-companheiros, sabiam com certeza, que iriam fiscalizar os acontecimentos.
Gúbio preparou a defensiva nas fronteiras da casa.
A assepsia da casa era providenciada por velha servidora que limpou os móveis e adornou tudo deixando o ar fresco entrar pela janela.
De repente, elementos da falange gregoriana gritaram por Saldanha.
Gúbio, o instruiu a enfrentá-los, usando de serenidade e delicadeza.
A turba chegou falando em traição ao comando, e um deles pediu para entrar, mas foi barrado pelo ex-perseguidor. Saiu furioso para colocar Gregório a par da situação. Outros tentaram invadir a casa.
Gúbio, colocou sinais luminosos na janela e as luzes atraíram espíritos sofredores, mas de boas intenções. Queriam ajuda dos benfeitores, rogando por piedade, asilo e socorro. A casa se transformou em um abrigo improvisado.
O primeiro caso a ser atendido foi o de uma senhora desencarnada, que estava alojada em um edifício próximo e era assediada por espíritos que exploravam seus vícios. Cansada ela queria melhorar e sair daquela situação difícil. Foi atendida com presteza pelos amigos espirituais.
Outro atendimento foi realizado a dois velhos desencarnados:
Desencarnaram em um hospital em estado de indigência. Estavam aterrorizados e não se conformavam com a morte, pois, temiam o desconhecido, pareciam estar loucos.
Logo chegou uma dama que disse que espíritos pervertidos e perturbadores, não a deixavam se aproximar de seu filho, estavam estimulando-a a se embriagar.
Outra dama, também, lutava contra maus pensamentos que um espírito vingativo jogava sobre ela.
Dezenas e dezenas de atendimentos foram resolvidos ali.
Quando chegou à tarde, os membros da falange de Gregório se apresentaram no local e vários deles pediram ajuda, pois, estavam cansados de sofrer. Pretendiam mudar de vida e se libertar daquele juiz cruel.
André Luiz e Elói prestaram assistência aos espíritos necessitados e se separaram para prestar os atendimentos fraternos.
André Luiz atendeu a um caso de suicídio de uma mãe de dois filhos, desencarnada. Seu marido desencarnou com tuberculose e ela se desesperou entregando os filhos aos parentes, acreditando que a morte a levaria ao encontro do marido, suicidando-se.
Acordou do outro lado em um nevoeiro sobre a lama e gritando desesperadamente, vagou por quinze anos naquela região e seu sofrimento aumentou.
André lhe perguntou se havia retornado para o lar físico e ela respondeu afirmativamente, mas, ao aproximar-se dos filhos, eles sentiam-se mal com sensação de asfixia. Ela para não prejudicar os filhos, afastou-se do lar.
Em atendimento a outro homem, um intelectual que queria fama na terra demonstrando loucura influenciou vários jovens com ideias destrutivas e ao desencarnar foi procurado por suas vítimas que não o deixaram em paz, juntamente com entidades que lhe fizeram propostas indignas nas quais ele insistiu em não aceitar. Era atormentado por homens e mulheres que lhe passavam imagens mentais terríveis e o deixavam enlouquecido. Na terra jamais conseguira atingir a fama. Naquele momento pedia ajuda a Leôncio o antigo hipnotizador que agora, agindo no bem, o atendeu prestimosamente.
Outro caso foi o de uma jovem mãe de dois filhos que rogou assistência de André Luiz. Disse ter desencarnado muito cedo e seis meses após sua morte, seu marido se casou com outra mulher que maltratava seus filhinhos. Revoltada e tentando proteger seus filhos, lutava com ódio no coração, mas estava entediada com aquele sentimento e queria mudar, pois, dizia não saber amar e era ciumenta. Não ignorava a renúncia de Jesus na cruz, mas persistia com sentimentos de rancor.
André Luiz sentiu por ela um amor paternal e prometeu auxiliá-la sempre.
Um abraço selou aquela amizade.
* * *
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Dica de leitura
O Céu e o Inferno
O Universo é um vasto canteiro de obras; uns demolem, outros constroem; cada um talha sua pedra para o novo edifício, cujo plano definitivo é prerrogativa do Grande Arquiteto e cuja economia só será compreensível quando suas formas começarem a delinear-se acima da superfície do solo”. (KARDEC, Allan. O céu e o inferno. Brasília: FEB, 2013. Prefácio.)
A obra O céu e o inferno teve seu lançamento no mercado editorial parisiense em 1º de agosto de 1865. O quarto livro da Codificação da Doutrina Espírita preparado por Allan Kardec, tem como objetivo explicar a Justiça de Deus à luz do Espiritismo, baseado no conteúdo introduzido em O livro dos espíritos.
A obra O céu e o inferno teve seu lançamento no mercado editorial parisiense em 1º de agosto de 1865. O quarto livro da Codificação da Doutrina Espírita preparado por Allan Kardec, tem como objetivo explicar a Justiça de Deus à luz do Espiritismo, baseado no conteúdo introduzido em O livro dos espíritos.
Esta obra nos demonstra a imortalidade do Espírito e a condição que ele poderá usufruir no Mundo Espiritual, como consequência de seus próprios atos. Divide-se em duas partes, sendo a primeira parte Doutrina e a segunda Exemplos.
Na primeira parte, Doutrina, Kardec estabelece um exame comparado das doutrinas religiosas sobre a vida após a morte. Mostra fatos – como a morte de crianças, seres nascidos com deformações, acidentes coletivos – e uma gama de problemas que só a imortalidade da alma e a reencarnação explicam satisfatoriamente. No trecho, Kardec procura elucidar temas como anjos, céu, demônios, inferno, penas eternas, purgatório, temor da morte, a proibição mosaica sobre a evocação dos mortos, entre outros, apresentando a explicação espírita contrária à doutrina das penas eternas.
A segunda parte, Exemplos, resultante de um trabalho prático, reúne modelos acerca da situação da alma durante e após a desencarnação. São depoimentos de criminosos arrependidos, de espíritos endurecidos, de espíritos felizes, medianos, sofredores, suicidas e em expiação terrestre. (Fonte: https://www.febnet.org.br/portal/2023/08/01/lancamento-de-o-ceu-e-o-inferno-1o-de-agosto-de-1865/)