Notícias da Mocidade
Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei – Allan Kardec
Edição de julho de 2023
Um desafio chamado família
Marcelino Pereira da Cunha
Nosso destino
Somos da opinião de que não existe o acaso, tudo está relacionado ao condicionamento de nossas ações.
No livro da vida, com suas folhas em branco, vamos dia a dia preenchendo todos os espaços com as nossas atitudes, boas, indiferentes, perigosas, e de ricos valores.
Não damos muita atenção, quanto aos predicados. Todavia, assumimos os nossos compromissos com indiferença e sem ao menos nos dar contas que estas ações comandam nossos destinos.
Essas páginas em branco pouco a pouco vão sendo preenchidas com as imundices, lixos mentais, atitudes descabidas e, procedimentos esdrúxulos vão se acumulando ao longo da vida. Os rastros, ou melhor, os sulcos que vão abrindo nesta triste caminhada se transformam em dores físicas e psíquicas com consequências inimagináveis atingindo até alvos que não calculamos.
Mas os registros estão sendo manipulados pelas atitudes infames do nosso proceder. Machucando muitos que não queríamos machucar, obscurecendo tantos e tantos dos entes amados, e nem fazemos conta de que isso está acontecendo, mas na realidade as páginas estão sendo preenchidas pelos relatos dos nossos feitos.
O mesmo acontece quando os procedimentos são abastecidos pelo néctar da bondade, do bom senso, sustentados pelo amor, e pela tolerância. Onde as páginas são organizadas com a luz do dever cumprido, e com a santidade que Jesus nos ensinou.
Frases cheias de bonanças e de coloridos, com nuanças que alegram a todos que as observam porque assinalam e registram um trabalho que vem cheio de valores sacrossantos.
Isso sim é que vem a dar saúde ao corpo e ao espírito trazendo harmonia e equilíbrio a todos os dias de nossa existência.
Tudo na natureza tem o seu valor, portanto do que é feito nosso destino, também!
É de grande valor observar a origem do material que está sendo usado nas grafias das páginas do nosso livro da vida porque dele resultará o nosso futuro. Essa construção precisa ser de material de muita qualidade, caso contrário, a casa construída irá ruir sobre as nossas cabeças e, neste momento, não haverá mais tempo para arrependimento. Difícil será acalmar a dor que cairá sobre nosso peito.
Finalizo com a frase do querido Chico Xavier. “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.”
Fiquem todos na paz de Deus.
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Histórias que a vida conta
Marcelino Pereira da Cunha
Os três leões
Numa determinada floresta havia três leões. Um dia o macaco, representante eleito dos animais súditos, fez uma reunião com toda a bicharada da floresta e disse:
– Nós, os animais, sabemos que o leão é o nosso rei, mas há uma dúvida no ar: existem três leões fortes. Ora, a qual deles nós devemos prestar homenagem? Quem, dentre eles, deverá ser o nosso rei?
Os três leões souberam da reunião e comentaram entre si:
– É verdade, a preocupação da bicharada faz sentido, uma floresta não pode ter três reis, precisamos saber qual de nós será o escolhido. Mas como descobrir?
Essa era a grande questão: lutar entre si eles não queriam, pois eram muito amigos. O impasse estava formado. Todos os animais se reuniram novamente para discutir uma solução para o caso. Depois de muito tempo eles tiveram uma ideia excelente.
O macaco se encontrou com os três felinos e contou o que eles decidiram:
– Bem, senhores leões, encontramos uma solução desafiadora para o problema. A solução está na Montanha Difícil.
– Montanha Difícil? Como assim?
– É simples, ponderou o macaco. Decidimos que vocês três deverão escalar a Montanha Difícil. O que atingir o pico primeiro será consagrado o rei dos reis.
A Montanha Difícil era a mais alta entre todas naquela imensa floresta. O desafio foi aceito. No dia combinado, milhares de animais cercaram a Montanha para assistir a grande escalada.
O primeiro tentou. Não conseguiu. Foi derrotado.
O segundo tentou. Não conseguiu. Foi derrotado.
O terceiro tentou. Não conseguiu. Foi derrotado.
Os animais estavam curiosos e impacientes, afinal, qual deles seria o rei, uma vez que os três foram derrotados? Foi nesse momento que uma águia sábia, idosa na idade e de grande sabedoria, pediu a palavra:
– Eu sei quem deve ser o rei. Todos os animais fizeram um silêncio de grande expectativa.
Todos gritaram para a Águia:
– A senhora sabe, mas como sabe?
– É simples eu estava voando entre eles, bem perto e, quando eles voltaram fracassados para o vale, eu escutei o que cada um deles disse para a montanha. O primeiro leão disse:
– Montanha, você me venceu!
O segundo leão disse:
– Montanha, você me venceu!
O terceiro leão também disse que foi vencido, mas, com uma diferença. Ele olhou para sua dificuldade e disse:
– Montanha, você me venceu, por enquanto! Mas você, montanha, já atingiu seu tamanho final, e eu ainda estou crescendo. E calmamente a águia completou:
– A diferença é que o terceiro leão teve uma atitude de vencedor diante da derrota e quem pensa assim é maior que seu problema: é rei de si mesmo, está preparado para ser rei dos outros!
Os animais da floresta aplaudiram entusiasticamente ao terceiro leão que foi coroado rei entre os reis.
O que quer dizer esta fábula é que não importa o tamanho de seus problemas ou dificuldades que você tenha; seus problemas, pelo menos na maioria das vezes, já atingiram o clímax, já estão no nível máximo, mas você não. Você ainda está crescendo. Você é maior que todos os seus problemas juntos e ainda não chegou ao limite de seu potencial e performance.
A Montanha das Dificuldades tem tamanho fixo, limitado e, vale lembra aquela sábia frase:
"Não diga a Deus que você tem um grande problema, mas diga ao problema que você tem um grande Deus."
Paz a todos.
* * *
Pingos de Luz
Sulamita de Almeida
Existimos
“Vim para que tenhais vida e vida em abundância.” Jesus Jo.10.10
Existimos.
Existem todas as criaturas saídas do Hálito Criador.
A pedra existe, a planta existe, o animal existe…
Existem almas nos passos diversos da evolução.
Em sentido espiritual, no entanto, viver é algo diferente de existir.
A vida é a experiência digna da imortalidade.
Há muita gente que se esfalfa, perdendo saúde e possibilidades em movimento vazio, quando não se mergulha nas tramas do mal, entretecendo reencarnações dolorosas.
Há muita gente que destrói o próprio cérebro, escrevendo sem proveito, quando não expressa o pensamento para inspirar negação e crueldade, entrando em sofrimentos reparadores.
Há muita gente que aniquila as horas, falando a esmo, quando não se utiliza do verbo para ferir e enlouquecer os semelhantes, adquirindo débitos escabrosos.
Há muita gente que pede essa ou aquela concessão para frustrá-la em atividades sem sentido, quando não a maneja em prejuízo dos outros, criando lágrimas que empregará longo tempo para enxugar.
Todos esses agentes da inutilidade e da delinquência existem como todos nós existimos.
Observa, assim, o que fazes.
O berço confere a existência, mas a vida é obra nossa.
Livro: Palavras de vida eterna -1964/Emmanuel-Chico Xavier cap:104
* * *
Reflexões
Recomecemos
“Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho.” — Jesus (Mateus, 9.16)
Não conserves lembranças amargas.
Viste o sonho desfeito.
Escutaste a resposta de fel.
Suportaste a deserção dos que mais amas.
Fracassaste no empreendimento.
Colheste abandono.
Padeceste desilusão.
Entretanto, recomeçar é bênção na Lei de Deus.
A possibilidade da espiga ressurge na sementeira.
A água, feita vapor, regressa da nuvem para a riqueza da fonte.
Torna o calor da primavera, na primavera seguinte.
Inflama-se o horizonte, cada manhã, com o fulgor do Sol, reformando o valor do dia.
Janeiro a Janeiro, renova-se o ano, oferecendo novo ciclo ao trabalho.
É como se tudo estivesse a dizer: “Se quiseres, podes recomeçar.”
Disse, porém, o Divino Amigo que ninguém aproveita remendo novo em pano velho.
Desse modo, desfaze-te do imprestável.
Desvencilha-te do inútil.
Esquece os enganos que te assaltaram.
Deita fora as aflições improfícuas.
Recomecemos, pois, qualquer esforço com firmeza, lembrando-nos, todavia, de que tudo volta, menos a oportunidade esquecida, que será sempre uma perda real.
Emmanuel/F.C. Xavier – livro: Palavras de vida eterno
* * *
Relendo o livro “LIBERTAÇÃO”
Regina Célia Lanne
CAPÍTULO XVI – Encantamento Pernicioso
Após a reunião mediúnica, cercada por entidades pouco esclarecidas, com as quais entrou em sintonia, devido ao ciúme exagerado que sentia de seu esposo, sentindo-se infeliz e flagelada, dominada por um sentimento exagerado de raiva, tornando – se vítima de sagazes obsessores, de inteligência pervertida, que perseguiam e influenciavam a mente de D. Isaura, a médium colaboradora na cura de Margarida, passava por estranha transformação.
Um desses espíritos mal-intencionado dizia-se seu espírito protetor que a auxiliaria. Entretanto a intenção dele era dissuadi-la a abandonar seu trabalho de médium, dizendo-lhe estar mistificando mensagens.
Os amigos espirituais, se propuseram a acompanhar D. Isaura para observar os acontecimentos.
Sidônio concordou que André Luiz acompanhasse a missionária e os que lhe prendiam às teias escuras do sentimento.
O recinto onde residia a família Silva estava sob a guarda e vigilância dos benfeitores amigos.
O Sr. Silva, afastado do corpo físico, foi levado a uma proveitosa reunião de estudos, acompanhado por Sidônio e André Luiz. Logo após D. Isaura, fora do corpo de carne surgiu, revelando o corpo espiritual intensamente obscuro, sem prestar atenção aos amigos benfeitores presentes. Passou pelo ambiente a correr decidida a buscar seu destino.
Embora os amigos espirituais desejassem ajudá-la, decidiram não interferir, deixando –a agir de acordo com sua própria vontade. D. Isaura, tomada por ciúme exacerbado de seu esposo, que não lhe era propriedade exclusiva, mesmo após ouvir as palavras do Evangelho de Jesus, que ensinava o perdão e amor, direcionou-se em sentido contrário.
A senhora Silva tomou a via pública, em direção a uma velha casa onde permaneciam dois malfeitores desencarnados, inimigos sagazes, que a esperavam a fim de intoxicar-lhe a mente atormentada.
Fingindo-se de amigos protetores, sugestionavam-lhe os pensamentos, alegando que seu esposo a traía com as senhoras que participavam das reuniões mediúnicas, denominando-o de desalmado verdugo que a fazia sofrer e contribuindo assim para a sua fragilidade e desventura.
Fingiam-se de espíritos protetores, mas, interpretavam com maldade as atitudes maldosas de seu esposo, tais como, que ele muitas vezes no momento das preces elevava a voz para acobertar sua culpa, entregando-se à lascívia fixando as senhoras presentes no domicílio, traindo-a, chamando o de patife mascarado de apóstolo.
Eles impregnavam sua mente de graves e escusos sentimentos.
D. Isaura reclamava da situação e demonstrava grande sofrimento.
Sidônio esclareceu a André Luiz que o ciúme e o egoísmo constituíam portas abertas de acesso à obsessão e que D. Isaura já estava ligada mentalmente aos verdugos que objetivavam afastá-la da atividade missionária de médium nos trabalhos medianímicos, cooperando com os amigos espirituais e aprimoramento da mediunidade.
Com a intervenção perniciosa dos obsessores, D. Isaura sentia-se cada vez mais infeliz.
O mentor, sendo interrogado por André Luiz, se os amigos não poderiam interferir nessa situação, impedindo a interferência dos inimigos desencarnados, esclareceu que durante os trabalhos mediúnicos ela recebeu mensagens evangélicas sobre o perdão e amor, e que deveria aprender com as lições do Mestre Jesus, mas preferiu a interferência dos obsessores mentirosos e mistificadores.
Dona Isaura fora invigilante, menosprezando as oportunidades de estender o bem e assim, com certeza, afastaria os malfeitores. Sidônio, ainda, bem-humorado, disse que era preferível curar a ferida que espantar as moscas, todavia D. Isaura preferiu aceitar os lisonjeio que elevar suas vibrações.
Falando em nome das esferas inferiores os malfeitores conseguiam atingir seus objetivos de afastar Dona Isaura de sua missão.
Na tentativa de socorrê-la, Sidônio volitou até a residência onde o Sr. Silva participava de reunião esclarecedora dos princípios de JESUS, juntamente a vários amigos espirituais e recomendou-lhe, retornar à sua residência, retomando o corpo físico, sem perda de tempo, a fim de amparar sua esposa.
Sem hesitar, o esposo regressou à câmara conjugal, reapossando- se do veículo denso, enquanto D. Isaura sofria terrível pesadelo. Sidônio acordou-a quase incorporado ao esposo da médium, sugeriu que lhe dissesse palavra que alertassem sua a fé e as bênçãos recebidas nos trabalhos junto aos amigos espirituais, fruto da mediunidade dela. O marido insistente, afirmou estar sendo a médium vítima de obsessores e que seu ciúme exacerbado os atraía, e a perturbavam incentivando-a a se desencantar de sua missão.
Nesse momento, André percebeu ser aquela, a fase culminante da lição.
Agradecido, pela lição apreendida, André Luiz afastou-se.
* * *
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Dica de leitura
Sinal Verde
Ante o Divino Mestre
Senhor!
No dia de Pentecostes, quando quiseste reafirmar as boas novas do intercâmbio, entre o Mundo dos Homens e o Mundo dos Espíritos, deliberaste agir de público, sem que ministros ou líderes humanos estivessem superintendendo a reunião.
Pedro e os companheiros oravam, depois de providências para que alguém ocupasse o lugar vazio de Judas, quando n “todos ficaram repletos do Espírito-Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem”.Com isso não desejamos dizer que desprestigiavas a autoridade e a organização que honorificas com o teu apreço, e sim que podes administrar os teus dons inefáveis sem a intervenção de ninguém.
O narrador evangélico vai mais longe. Conta-nos, ainda, que a multidão te escutou o verbo renovador, tomada de assombro, porquanto, fizeste com que cada um dos circunstantes te ouvisse o comunicado “em seu próprio idioma”.
Rememoramos semelhante passagem dos primeiros dias apostólicos, para rogar-te apoio no limiar deste livro.
Estamos agrupados nestas páginas, — os leitores amigos e nós outros, — procurando o sentido de teus ensinamentos com as chaves da Doutrina Espírita, que nos legaste pelas mãos de Allan Kardec.
Aqui entrelaçamos atenção e pensamento, sem outras credenciais que não sejam as nossas necessidades do coração.
Respeitamos, Senhor, todos os templos que te reverenciam o nome e todos os poderes religiosos que te dignificam no mundo, mas temos sede das tuas palavras de vida eterna, escoimadas de qualquer suplementação.
Viajores de longos e escabrosos caminhos, trazemos a alma fatigada de supremacias e domínios, pretensões e contendas estéreis!…
Reunidos, pois, a fim de ouvir-te as lições claras e simples, nós te pedimos entendimento. E, lembrando-te a presença no monte, à frente da turba sequiosa de consolo e esperança, nós te suplicamos, ainda, inspiração e bênção, para que te possamos compreender e aproveitar o exemplo de amor e a mensagem de luz.
Emmanuel
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Diversos
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Eventos
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