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Edição de novembro de 2022

Um desafio chamado família

Marcelino Pereira da Cunha

A ingratidão dos filhos

Egoísmo - Amor excessivo ao bem próprio, sem consideração aos interesses alheios (dicionário Aurélio)

O filho ingrato aproxima-se muito do primitivismo e sente o prazer em ter consigo o amor excessivo ao bem próprio, sem consideração aos interesses alheios, deixando de lado o compromisso de zelar pelos seus pais, entregando-se aos caprichos da sua vida em particular.

Agindo assim, esquece,ou melhor, faz que esquecedo carinho e atenção recebidos nos primórdios da vida, não levando em consideração as lágrimas da mãe e a vigilância do pai.

Nada existe de mais mesquinho e pérfido do que a ingratidão, principalmente a dos filhos para com seus pais.

Nesta demonstração de espírito ainda muito rastejante, a criatura precisa buscar, no imo da razão, os recursos para livrarem-se desses grilhões.

É certo que muitos pais realmente fazem de suas atitudes meios para oferecerem aos filhos os caminhos da ingratidão, mas isso não é razão para que os filhos assim procedam.

A cada um se diz o próprio ato.

Só em estar vivendo num corpo físico, graças aos pais, já é em si uma grande vitória. Se basearmos apenas nisso, já teremos os motivos necessários para amá-los.

Além do mais, cada um de nós recebe a dosagem exata de remédio para a cura dos nossos males, e nossa resposta a isso precisa ser com a poção do amor, principalmente para com aqueles que tudo deram e ainda dão em nosso favor.

Só mesmo o amor de mãe para sufocar o furor da ingratidão que chega até o coração.

Por certo, esses filhos irão receber o retorno dessas atitudes quando forem pais. Aí,então, irão dizer cheios de vergonha e de remorso: agora eu sei como vocês se sentiram, mas o remorso terá chegado um pouco tarde para ressarcir todo os danos causados. Os erros serão sanados somente em tempos vindouros, em outra época, e noutra oportunidade, quando, certamente, as lágrimas terão seu preço acrescido de juros. A vida nos mostra como deve ser vivida. Agem assim criaturas débeis de bom senso, que não buscam na lógica a solução dos problemas e que acham que são donas da verdade, que todos têm de agir de acordo com a sua vontade, esquecendo-se que a Sabedoria Divina prevalece acima de tudo.

Os filhos casados não estão isentos desta atenção, sendo necessário, ainda, que retribuam os carinhos de seus pais. O casamento não os libera deste compromisso. Ao contrário, impõe-lhes mais responsabilidades, de vez que também já estão envolvidos neste clima onde deve imperar a solidariedade familiar.

Muitos filhos deixam aos pais velhos e cansados os compromissos de cuidarem de seus filhos, fugindo da responsabilidade paterna.

São realidades tristes de serem abordadas, mas há necessidade de abrirmos os olhos, de sentirmos na alma o alerta para melhorar o relacionamento entre pais e filhos, tratando o assunto com o maior respeito, como o caso requer.

Tudo tem solução, principalmente para aquele que traz no íntimo a disposição para melhorar. Nunca é tarde demais. O que é preciso é saber o que precisa ser mudado e trabalhar para isso.

Sigamos os ensinos do Cristo que nos recomenda “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”.

 

Paz a todos!

* * *

Histórias que a vida conta

Marcelino Pereira da Cunha

O suficiente

Isso eu ouvi contar!

Há pouco tempo, eu estava no aeroporto e vi mãe e filha se despedindo. Anunciada a partida, elas se abraçaram e a mãe disse:

— Eu te amo! Desejo o suficiente para você!

A filha respondeu:

— Mãe, nossa vida junta tem sido mais do que suficiente. O seu amor é tudo de que sempre precisei. Eu também desejo o suficiente para você!

Elas se beijaram e a filha partiu. A mãe passou por mim e encostou-se à parede. Pude ver que ela queria, e precisava, chorar. Tentei não me intrometer nesse momento, mas ela se dirigiu a mim, perguntando:

— Você já se despediu de alguém sabendo que seria para sempre?

— Já, respondi.

— Desculpe-me pela pergunta, mas por que foi um adeus para sempre?

— Estou velha e ela vive longe daqui. Tenho desafios à minha frente e a verdade é que a próxima viagem dela para cá será para o meu funeral.

— Quando estavam se despedindo, ouvi a senhora dizer “Desejo o suficiente para você”. Posso saber o que isso significa?

Ela começou a sorrir.

— É um desejo que tem sido passado de geração para geração em minha família. Meus pais costumavam dizer isso para todo mundo.

Ela parou um instante e olhou para o alto como se estivesse tentando se lembrar em detalhes e sorriu mais ainda.

— Quando dissemos “Desejo o suficiente para você”, estávamos desejando uma vida cheia de coisas boas o suficiente para que a pessoa se ampare nelas.

Então, neste momento...

— Desejo a você, sol, o suficiente para que continue a ter essa atitude radiante.

— Desejo a você, chuva, o suficiente para que possa apreciar o sol.

— Desejo a você, felicidade, o suficiente para que mantenha o seu espírito alegre.

— Desejo a você, dor, o suficiente para que as menores alegrias na vida pareçam muito maiores.

— Desejo a você que ganhe o suficiente para satisfazer os seus desejos materiais.

— Desejo a você, perdas, o suficiente para apreciar tudo o que possui.

— Desejo a você, “alôs”, em número suficiente para que chegue ao adeus final.

Ela começou então a soluçar e se afastou.

Dizem que se leva um minuto para encontrar uma pessoa especial, uma hora para apreciá-la, um dia para amá-la, mas uma vida inteira para esquecê-la.

Arrume tempo para viver para as pessoas que você nunca esquecerá...

Paz a todos!

* * *

Pingos de Luz

Sulamita de Almeida

“Todas as coisas são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas são lícitas, mas nem todas as coisas edificam.”

Paulo- ICor.10:23

Neste trecho da carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo menciona a Lei de Liberdade e a Lei de Justiça e Amor.

 

Deus concede o livre-arbítrio a todos os espíritos, proporcionando, assim, a oportunidade de edificarmos o nosso progresso.

Somos Espíritos em prova e expiação, apropriamos da Liberdade Natural, mas esquecemos de outra Lei importante que é a Lei da Justiça, Amor e Caridade ensinada por Jesus.

Jesus veio iluminar consciências e abrandar corações, convidando-nos a praticar o amor e a caridade.

O Consolador Prometido veio explicar detalhadamente os ensinos do Mestre Jesus.

Os espíritos asseveram-nos que sendo livre para semear e devendo sempre colher o que foi plantado, a criatura que hoje luta em meio totalmente adverso aos seus desejos ou ideais é alguém que no passado fez mal uso de seu livre arbítrio e hoje se defronta com as consequências de seus próprios atos.

Nós, os espíritas, já conhecemos a proposta educativa do Cristo, precisamos partir para a prática.

Sobre o conhecer e o praticar, selecionamos a página do livro “Caminho Espírita” de Emmanuel e Chico Xavier.

Saber e fazer
Em matéria de educação a nós mesmos, existe comumente um adversativo em nossas melhores definições.

Via de regra, afirmamos, a cada trecho de nossa marcha espiritual:

sei que a morte é apenas mudança e devo corrigir-me para a Vida Maior; entretanto, estou sob o cativeiro de inúmeras imperfeições, à maneira de árvore asfixiada pela erva-de-passarinho, e não consigo renovar-me

sei que é necessário praticar o bem para que o mal não me ensombre as horas; todavia, por mais que me esforce, não chego a vencer a preguiça que me entorpece;

sei que é urgente estudar, melhorando conhecimentos, a fim de entender os desafios do mundo e solucioná-los com segurança; contudo, não tenho tempo;

sei que é minha obrigação abraçar as boas obras, que as circunstâncias me indicam, em proveito de minha felicidade, mas receio entrar em choque com as alheias opiniões.

Sei que é preciso… — é a nossa frase trivial, diante do serviço que nos compete; no entanto, habitualmente falha o motor da vontade, no momento da ação.

Quase sempre, perdemos tempo precioso, empenhando-nos em saber o que ainda estamos muito longe de aprender, numa atitude, aliás, muito compreensível, porquanto, desejando saber dignamente, a curiosidade respeitável alenta o progresso; mas, se fizéssemos o melhor do que já conhecemos, transferindo ideais e planos superiores das linhas teóricas para o terreno da realização e da prática, desde muito estaríamos guindados à posição de numes apostolares das doutrinas redentoras que apregoamos, adiantando o relógio da evolução terrestre.

Como é fácil de anotar, nós todos, coletivamente examinados, criamos muitas dificuldades na Terra, pela ânsia de fazer sem saber, mas agravamos, consideravelmente, essas mesmas dificuldades, pelo atraso de saber e não fazer.

* * *

Relendo o livro “LIBERTAÇÃO”

Regina Célia Lanne 

CAPÍTULO XI – Valiosa experiência – Primeira parte

Gabriel encaminhou – se para o local indicado pelo médico, a fim de buscar afamado professor em ciências psíquicas para dar início ao tratamento de Margarida, sua esposa.

O professor, apesar de renomado, tinha a mente muito presa aos interesses vulgares da experiência terrena e para ele o trabalho era pouco santificante.

Os mentores tentaram influenciar a mente de Gabriel, entretanto foi inútil pois este não tinha o hábito da meditação.

Eram onze horas e o consultório continha alguns grupos de encarnados e desencarnados à espera do professor.

Gúbio e André Luiz iniciaram a observação de 3 grupos que esperavam o professor.

Um cavalheiro que era portador de lipotimia (perda súbita de memória) apresentava em sua organização perispirítica diversos ovoides que interferiam em sua mente.

Outro caso era o de um investigador da polícia que não soubera utilizar a atividade com benevolência e sim com violência e crueldade. Suas vítimas circulavam em torno dele como entidades de péssimo comportamento e arruinavam-lhe a saúde. Sentindo remorso devido à conduta irrefletida, sentia – se na velhice com sérios problemas de saúde no sistema nervoso e no fígado acometido de cirrose hepática.

O corpo sofria as consequências do comportamento desajustado, apresentando distúrbios reflexos do que tinha realizado como policial, como espancar os criminosos. Teria que restaurar a si próprio pois perseguia a si mesmo.

Outro caso era o de uma senhora que trazia a neta para a consulta. A moça estava anêmica e estava com o cérebro ligado por fios à uma entidade maléfica que a magnetizava. Constituía o caso um drama do passado. A Menina havia se casado com um homem que acabou se suicidando e desviou o irmão deste levando -o à loucura. Os dois vingativos não perdoaram os erros da moça. A avó programava novo casamento para a neta que precisava alijar de si aquelas sucatas mentais que a transtornavam. Os verdugos queriam impedir aquele casamento.

Todas aquelas pessoas que estavam no consultório eram acompanhadas de espíritos obsessores que buscavam o professor à procura da cura.

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1desafio
2historias
3pingos
4relendo
5dica
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Dica de leitura

Emmanuel

Tenho seguido sempre os teus passos e só hoje me vês, na tua existência de agora, mas os nossos espíritos se encontram unidos pelos laços mais santos da vida e o sentimento afetivo que me impele para o teu coração tem suas raízes na noite profunda dos séculos...

Francisco Cândido Xavier conta ter visto pela primeira vez o Espírito Emmanuel no ano de 1931. A parceria entre o médium e o Espírito de luz produziu os mais belos livros, sobre os mais diversos temas. Neste, em especial, são tratados assuntos de máxima relevância para o conhecimento humano.

Em suas páginas, um mundo repleto de sabedoria é revelado à luz do Espiritismo. Princípios científicos, dissertações sobre o livre-arbítrio, determinismo e pluralidade dos mundos habitados são analisados de maneira instigante e atual.

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Evento
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